domingo, fevereiro 11, 2007

Abrindo o céu

o sol está escondido. atrás desse manto encoberto de nuvens pálidas e brancas e cinzas que, em matizes monocromáticas, engolem o fundo azul-claro do firmamento, impedindo o despontar do astro-rei. mas há de vir um vento a noroeste, destes que se deslocam das bordas do infinito, que se dispõe em linha reta; destes que atraem os peixes em correntezas marítimas, que trazem bons augúrios às famílias de pescadores: ele sim dispersará as nuvens em grandes magotes dissipados, e deixará uma frincha de luz rasgar a boca do céu. Abrir-se-á então, uma nesga esperançosa, na qual caberão os ínfimos segundos de uma reza ao todo-poderoso.